17 de fevereiro de 2009

BAR EP - Crítica MAR.

Temas:
1. Gajas (num dedo)
2. Novembro
3. Esperar e Esquecer
4. A Noite em que choveu
5. Diaphragma
6. MBA
7. Sorriso Secreto

"Quando a dona de casa do novo milénio, carregou no Play e as “gajas” começaram a bombar no volume bem alto para chegar às divisões de todo o T3, a faxina de sábado à tarde para limpar a semana de desleixo yuppi ficou comprometida. Pôs-se aos saltos à frente do espelho a dançar e a decidir determinada que hoje, hoje vai beber um copo com o marido mais yuppi que ela e soltar a franga… que se f**da a crise!

Num rock fresco e atento às novas sonoridades que por aí andam a queimar transístores pelo país fora, os bar prosseguem com “Novembro”, bem ao jeito de banda sonora.

Ao pegar neste EP o pessoal do MAR verificou logo no aspecto original do case que trazia o cd com as 7 faixas, bem ao jeito da onda de poupança que nos varre actualmente. Inteligente no mínimo e criativo com certeza.

“A Noite em que choveu” é daqueles temas que tanto serve para namoros frescos ou amores perdidos, daqueles em que se olha o futuro com uma felicidade escondida e verde de esperança ou a chorar deslavada.

A edição deste EP está particularmente equilibrada, a sentir bem todos os instrumentos numa estrutura bem quente e agradável de ouvir nos diferentes volumes. E aliada a este trabalho de estúdio está uma estrutura de composição em que se verifica bem a exploração arrojada qb em pequenos apontamentos, bem claros em especial no bridge de “esperar e esquecer”, que cuja a letra está incisiva e bem trabalhada.

Bom… “Diaphragma” voltou a por a dona de casa a varejar da cabeça. A batida e o ritmo estão contagiantes e os trabalhos de vocalização estão curiosos. Excelente som.
A esta altura é fácil perceber que os BAR estão atentos ao que os rodeia e percebem que postura quasi comercial mas moderna pode ser bem o passaporte para dar o salto para as rádios. Fáceis de ouvir, prazenteiros, num trabalho que possui duas pérolas consideráveis e acima de tudo um geral coeso e cioso de manter uma personalidade definida.

“MBA” trás o expectável, quase numa sinceridade que grita e premeia quem os esteve a ouvir do principio até agora com um tema enérgico e de sónica interpretação.
E por falar em sónico, “sorriso secreto” trás me à ideia um leve cheirinho que me tem perseguido desde o inicio do EP. Perdoem-me os BAR, mas de quando em quando sente-se os anos 90 ( a parte boa dos anos 90 ) aqui e ali nos acordes a solicitar a memória dos grandes sonic ou até dos pixies… mas isto não é uma má critica – digo-o porque sei que existe uma tendência generalizada para não apreciar as comparações – mas esta vos garanto que é um voto de felicitações verificar que a produção musical portuguesa já consegue incorporar determinados conceitos de forma adulta e de forma quase natural sem recorrer ao pastiche terrível que nos acometeu nos projectos dos anos 90.

Terminamos embalados com “sorriso secreto” e terminamos muito bem.
O MAR congratula o excelente trabalho e aconselha."


Para mais informações e críticas da Música Nacional:
https://sites.google.com/site/movimentoarock/

CLeM

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